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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

DEUS AGUARDA–FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Índice do Blog

 

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DEUS AGUARDA

 

A INESPERADA RENOVAÇÃO ............................................................           2

ALGO POR ELES .................................................................................         3

ANTE OS OUTROS ..............................................................................         4

AULA DE COMPAIXÃO .........................................................................        5

CAMPO AFETIVO ................................................................................         6

CARTA ÍNTIMA ..................................................................................         7

COLABORAÇÃO .................................................................................          8

DESTAQUE .......................................................................................           9

DEUS AGUARDA ...............................................................................         10

DEUS É AMOR ...................................................................................                  11

EM CAMINHO ...................................................................................         13

ENSINAMENTO VIVO .......................................................................          14    

ESPERANÇAS ALHEIAS ....................................................................          15

FELIZ CORAÇÃO .............................................................................           16

JORNADA ACIMA ............................................................................          17

MÃOS PEQUENINAS .......................................................................           18

PAZ E LUZ .....................................................................................            19

POR ONDE FORES .........................................................................             20

PRECE DO ENTENDIMENTO ..........................................................             21

SEGUE ABENÇOANDO ...................................................................             22

TOQUE DE LUZ ............................................................................              24

 

 

CAPÍTULO I

A INESPERADA RENOVAÇÃO

 

Meimei

 

      Naqueles momentos em que reconhecia desligado do corpo físico, o homem acabrunhado sentia-se leve, feliz ...

         Extasiado na excursão que se lhe afigurava um sonho prodigioso alcançou o recanto luminescente em que notou a presença do Cristo. Reverente, abeirou-se dele e rogou:

         - Senhor! ... Ouve-me por misericórdia! Amo-te e quero servir-te ...

         Desde muito tempo, aspiro a matricular-me na assembléia dos que colaboram contigo na redenção das criaturas ... Anseio auxiliar aos outros, entretanto, Amado Amigo, estou preso! ... Livra-me do lar onde me vejo na condição do pássaro encarcerado ... Moro num ninho de aversões. Meu pai, talvez, cansado de conflitos estéreis, relegou-nos à própria sorte ... Minha mãe exerce sobre nós um despotismo cruel.

         Trata-nos a nós, seus filhos, à maneira dos objetos de uso particular, flagelando-nos com as exigências de pavorosa afeição possessiva ... Meus dois irmãos me detestam ... Senhoreiam indebitamente o que tenho e me humilham a cada instante. Se concordo com eles, me ridicularizam e se algo reclamo, ameaçam-me com perseguição e espancamento! ...

         Libera-me, Senhor, da prisão que me inibe os movimentos ... Quero agir em teus princípios, amar e servir, qual nos ensinas-te ...

         Ante a ligeira pausa que se fez, Jesus fitou o visitante compassivamente e alegou:

         - Lembro-me de tuas solicitações anteriores ... Estavas de passagem, aqui mesmo, na direção do berço terrestre, acompanhado de amigos prestigiosos, Declaravas-te sequioso de ação no bem e os teus companheiros endossavam-te as afirmativas.

         ... Dizias-te ansioso no sentido compartilhar-nos as tarefas ...

         Entendo-te, sim ... A construção do amor é inadiável ...

         - Senhor – observou o consulente, respeitoso – se entendes o meu ideal e se as minhas petições já se encontram aqui registradas, quem me situou no lar terrível, no qual me reconheço, afeição de um doente, atirado a um serpentário

         O mestre sorriu e considerou

- Acreditando em teus propósitos de colaborar conosco, quem te enviou a família em que te encontras, fui eu mesmo ...

Surpreendido com a inesperada revelação, o visitante do Mundo Espiritual experimentou estranha sensação de queda e acordou no próprio corpo.

La fora, os irmãos deblateravam contra a vida, reportando-se a ele com injuriosas palavras.

Ele, porem, assinalou os insultos que lhe eram endereçados com novos ouvidos, no silencio de quem havia conquistado o troféu de profunda renovação.

 

 

 

 

CAPÍTULO II

ALGO POR ELES

 

Meimei

 

            Compadece-te de todos aqueles que não podem ou não sabem esperar.

         Estão eles em toda parte.

         Quase sempre são vitimas da inquietação e do medo.

         Observa quantos já transpuseram as linhas da própria segurança.

         São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimonio e desfazem a união em que se compromissaram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstancias, cedo se encaminham para sofrimento maior, são mães que rejeitam os filhos que carregam no seio, entregando-se a pratica do aborto, recusando a presença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio, são homens que repelem os problemas inerentes as tarefas que lhes dizem respeito, escapando para situações duvidosas, sob a alegação de que procuram distração e repouso, quando apenas estão dilapidando a estabilidade das obras que, mais tarde, lhes propiciariam refazimento e descanso, são amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgostos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitoria e da paz em si mesmos, são jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se engolfam no abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade porvindoura.

         Façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.

         Pronuncia algumas frases de otimismo e encorajamento, escreve algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir, estende simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza, repete consideração e concurso amigo nos diálogos que colaborem na sustentação da paz e da solidariedade.

         Não te declares sem possibilidade de contribuir, nem digas que tens todas as tuas horas repletas de encargos e serviços dos quais não te podes distanciar.

         Faze algo no erguimento do bem.

         Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.

 

 

CAPÍTULO III

ANTE OS OUTROS

 

Meimei

 

         Senhor! ...

 

Ensina-nos a compreender a importância dos outros.    

Em verdade, recolhemos de alguns as dificuldades e os problemas, no entanto, de inúmeros outros obtemos as alegrias e as bênçãos que nos enobrecem a vida.

         Entre alguns outros, surpreendemos os adversários gratuitos que, por vezes, buscam entravar-nos os passos, faze-nos entender, porem, que entre muitos outros, encontramos os amigos e os benfeitores, os companheiros de ideal e trabalho, os que colaboram conosco, em nossas realizações, e os que nos aliviam nas tribulações do caminho.

         De alguns, temos a censura, mas de outros, procedem os estímulos ao desempenho das tarefas que nos confiaste.

         Alguns nos inclinam ao pessimismo, entretanto, outros muitos nos estendem cooperação e esperança, encorajamento e carinho.

         Das mãos de alguns, recebemos obstáculos que nos alarmam por momentos, no entanto, de muitos outros recebemos consolo e incentivo, apreço e aprovação para muito tempo nas trilhas do cotidiano.

         Quando a nuvem da provação nos alcance, induze-nos a buscar, com humildade, socorro dos corações que se nos fazem doadores da paz e da segurança de que todos necessitamos para viver, segundo s=os teus desígnios.

         Senhor, haja o que houver da parte de alguns para que se nos enfraqueçam as energias na estrada do próprio aperfeiçoamento, auxilia-nos a procurar o concurso dos outros com a aceitação de nossa pequenez, para que não nos faltem as oportunidades de serviço e aprimoramento, aprendizado e renovação, hoje e sempre.

         Assim seja.

 

 

CAPÍTULO IV

AULA DE COMPAIXÃO

 

Meimei

 

         E o mentor, finalizando a aula valiosa, falou com simplicidade

- Para auxiliar com segurança nas trilhas humanas, [e necessário que a compaixão se nos faca base em qualquer atitude.

Nenhuma exasperação conduz a benevolência.

Qualquer apontamento destrutivo [e agente perturbador no campo das boas obras.

Entreguemo-nos a sementeira do amor, sem aguardar qualquer tributo de gratidão.

Os espíritos reencarnados trazem por si pesada carga de tribulações, para que nos seja licito atormentá-los com admoestações e censuras.

Quase sempre, todos eles sofrem e choram ...

Esse apresenta alto nível de vigor, no entanto, carrega as desvantagens da precipitação, aquele atingiu a segurança econômica, mas transporta enfermidade oculta a frenar-lhe os movimentos, outro acumulou enorme fortuna, contudo, lastima o desequilíbrio dos descendentes, outros muitos que ontem se mostravam despreocupados, hoje lamentam a perda de criaturas inesquecíveis, esse conquistou a fama, entretanto, se vê relegado a solidão, aquele que obteve influencia e poder sobre milhares de pessoas, todavia, precisa apoiar-se em algum coração amigo, a fim de não cair sob o peso das próprias obrigações, outro [e sábio, mas necessita escorar-se em alguém, de modo a não sucumbir ante as exigências da vida comunitária, e outros muitos se destacam em campeonatos de beleza e inteligência, no entanto, acalentam consigo os impulsos negativos que os aproximam da doença e da morte.

Misericórdia para todos [e o que nos pede o Senhor da vida.

O instrutor dera por terminada as elucidações, mas um companheiro abeirou-se dele e perguntou

- Professor, existira, porventura, algum processo pelo qual possamos instalar facilmente a compaixão por dentro de nos

O interpelado sorriu com bondade e rematou

- Amigo, a compaixão [e fruto do discernimento. Quantos de nos, que nos achamos neste recinto, já atravessamos as estradas humanas, e, por isso, conhecemos quanto custa trabalhar pelo bem nos constrangimentos e dificuldades do plano físico. Em razão disso, recordemos a lição de Jesus  aquele de nos que houver passado pelo caminho dos homens, com a grandeza dos anjos, atire a primeira pedra.

 

 

 

CAPÍTULO V

CAMPO AFETIVO

 

Meimei

 

         Usa a benevolência para com todos, mas especialmente para com os entes amados, quando não possam cumprir os encargos que assumem.

 

         Esse amigo resistiu, por muito tempo, a certo tipo de tentação, no entanto, sem forças para guardar os avisos da consciência, entrou em longo labirinto de remorsos do qual não sabe como sair.

 

         Essa companheira rogou amparo e compreensão, centenas de vezes, contudo, sem achar segurança no chão que pisava, resvalou para atitudes estranhas nas quais parece enlouquecer.

 

         Outro quis desfrutar um momento de felicidade, através da fuga aos próprios compromissos, entretanto, viu-se preso numa rede de enganos lamentáveis, induzindo almas queridas à rebeldia e ao sofrimento.

 

         Outro, ainda, a pretexto de repouso e entretenimento, esbarrou em vasto despenhadeiro de arrependimento e solidão.

 

         Ante os seres amados, envolvidos em acidentes da alma, silencia, abençoa-os e segue em teu próprio caminho.

 

         Ama-os, quais se mostram, e prossegue estrada adiante, na certeza de que tanto eles quanto nós, continuamos em plena vida, apoiados no amor e na sabedoria de Deus.

 

 

 

 

 

CAPÍTULO VI

CARTA ÍNTIMA

 

Meimei

 

         [E verdade. Conseguiste matricula na escola da luz, a fim de que possas servir com mais segurança na causa do bem, mas encontras ímpeços de toda espécie, no rumo das aquisições a que te diriges.

Consideras muito difíceis as matérias em pauta.

         Quantas falhas nas provas de paciência?  Quantos desacertos nos exercícios da caridade? Quantos desajustes nas demonstrações de tolerância? E, sobretudo, que montão de erros nos exames do amor?

         E choras verificando os problemas que se te afiguram insuperáveis.

         Sofres com dependências e recapitulações, boletins de alarme e conseqüências infelizes de teus próprios enganos.      

         De quando a quando, eis que se te amplia o desencanto, observando o alto numero dos companheiros que desertam das aulas e sentes que o vazio cresce ao redor da carteira de trabalho em que te vês.

         Entretanto, não esmoreças.

         Prossegue.

         Possivelmente, ainda não te conscientizaste de que o professor amigo te acompanha.

         Se ele te registra os equívocos e as crises, é que deseja conduzir-te a certeza e a serenidade nos conhecimentos que buscas.

 

E se insiste contigo para que te mantenhas no aprendizado [e porque te ama.

         Quando te entristeces, ele [e a esperança que te restaura o animo enfraquecido.

         Quando te afliges, eí-lo a pacificar-te no clarão do discernimento.

         Confia e segue adiante.

Não possuis e, por isso mesmo, não te pede a elevação que ainda não tens.

Apóia-te nele e persevera.

Em qualquer dificuldade, chama por ele. Talvez ainda não saibas que ele, o nosso mestre, [e mais conhecido pelo nome de Jesus Cristo.

         Onde haveria escola sem mestre?

         Ouve. O instrutor que te acolheu, de braços abertos, não te abandona.

 

 

 

  

CAPÍTULO VII

COLABORACAO

 

Meimei

 

         Ninguém realiza algo sem o apoio de alguém.

Pensa nisso, a fim de que saibas angariar o concurso preciso na execução da tarefa a que te consagras.

Colaboração [e reciprocidade.

A   arvore protege a fonte e a fonte lhe alimenta as raízes. O solo acolhe a semente e a semente produz valores que o prestigiam.

Auxilia aos teus companheiros no cotidiano para que te possam auxiliar.

Criatura alguma concretiza esse ou aquele ideal sem aquelas outras que se lhes façam recursos de expressão.

E entendendo que todos nos – os espíritos interligados no aperfeiçoamento na terra – somos ainda seres em crescimento, não exijas cooperadores perfeitos para as realizações que demandas.

Sempre encontraras companheiros no mundo que te apresentem falhas no mecanismo da ação.

Esse possui raciocínio rápido, mas não mostra apuro de sentimento. Aquele revela coração generoso, entretanto, ainda não percebe a necessidade de estudo. Outro comunica otimismo e entusiasmo. Outro comunica otimismo e entusiasmo, contudo parece tardar no culto a disciplina. Outro ainda é um modelo de honestidade, no entanto, não compreende, por agora, o impositivo da cortesia para a rentabilidade do serviço em andamento.

Ante a nossa própria condição de obreiros incompletos, aproveita as qualidades de cada qual e usa a paciência diante das imperfeições de cada um, observando que todos nos achamos em processo de evolução, à frente do futuro.

Recorda que a pedra é capaz de ferir, mas, se colocada em lugar certo da construção, é agente de solidez no edifício que se levanta. A força elétrica é suscetível de gerar incêndios destruidores, no entanto, se devidamente controlada, é manancial de energia e de luz.

Ampara a todos os irmãos que te cruzem o caminho, mas ampara especialmente aos que te amparam.

Nem Deus quis estar a sós na sustentação do Universo, pois chamou as suas próprias criaturas a participarem com Ele das Obras da Criação. E o próprio Jesus, na formação do cristianismo que se agiganta com os séculos, precisou de doze companheiros e entre os doze estavam três que mais profundamente lhe refletiam o coração.

 

CAPÍTULO VIII

DESTAQUE

 

Meimei

 

         E habitualmente são alvo de sarcasmos e apreciações deprimentes.

         São homens que as circunstancias colocaram nas grimpas dos interesses coletivos ou mulheres transportadas para as mais altas galerias da fama, em vista de razões que nem elas próprias saberiam explicar.

         E, por vezes, se fixam demoradamente nessas situações, qual se não tivessem outro que fazer, senão colecionar aplausos e comentários, freqüentemente vazios das multidões.

Se pensas por esse prisma, com respeito a esses nossos irmãos, apelidando-os por “ídolos do publico”, anota, em sã consciência, quanto lhes custa o destaque.

Quantos problemas carregará o homem representativo, para que a vida comunitária não sofra qualquer mutilação na própria segurança?

Quantas ameaças surgem à porta das criaturas que se consagram à pratica do bem a fim de que desistam da perseverança que lhes marca a presença nas boas obras?

Quantas mãos conseguem a própria subsistência no trabalho da apresentação de nobres mulheres que transmitem cultura e arte nos espetáculos públicos?

De quantos sacrifícios se constitui a existência do artista, considerado famoso, que luta arduamente pela manutenção da tranqüilidade e do conforto em seu próprio grupo familiar?

Reflete nosso, reajustando as conceituações que talvez abraces, em relação ao assunto.

O alimento que te enriquece a mesa nem sempre te alcançou a casa, tão-só pelo abençoado esforço do lavrador que rasgou a terra.

Lembra-te de quantos persistiram, por longo tempo, estudando e trabalhando na conquista de competência, a fim de que existam estradas e maquinas seguras, organizações estáveis de transporte e comercio para que o pão de cada dia se faça acessível a todos.

Observa quanto esforço a vida te reclama na tarefa que desempenhas e medita no serviço a que te submetes para sustentar e alegrar os entes queridos que te vivem no coração e não criticarás a ninguém.

 

 

CAPÍTULO IX

DEUS AGUARDA

 

Meimei

 

         Nunca se creias inútil.

 

         O caminho para a Vida Superior começa na prestação de serviço aos outros. E as Leis de Deus não te conservaram onde te encontras, se ai não tivessem necessidade de ti.

 

         Reflete e reconheceras que todos os seres, ao redor de teus passos, algo espera, que os mantenha e auxilie.

 

         Erguendo-te, cada manhã, observa e perceberás que todos aqueles que se te associam ao grupo doméstico, aguardam o teu sorriso ou a tua frase encorajadora, nos quais se nutram de equilíbrio para mais um dia de trabalho e de esperança.

 

         Nas tarefas em que vejas, os companheiros te rogam cooperação.

 

         Na rua, os transeuntes te pedem paciência em que se te expressem o entendimento e a bondade.

 

         E alista das requisições prossegue aumentando ...

 

         O Irmão da experiência comunitária te reclama simpatia, os necessitados aguardam, pelo socorro que se te faça possível; o animal te esmola proteção, a planta te requisita respeito, a fonte espera lhe faças a preservação e a defesa, o ambiente em que vives conta contigo, na execução dos próprios deveres, a fim de que a paz felicite a vida de todos ... E se estiveres de pensamento acordado, ante os princípios do Bem Eterno, compreenderas, em todas as situações e em todos os lugares, que Deus necessite de tua colaboração e espera por ti.

 

 

CAPÍTULO X

DEUS É AMOR

 

Meimei

 

         Jamais condenes.

 

         O mentor indicado para instruí-lo, quanto ao que lhe cabia fazer, a fim de regenerar-se, passou a encontrar muita dificuldade para desincumbir-se dos próprios encargos.

 

         Acontece que o recinto das advertências fora invadido por enorme turba de acusadores.

 

         Esse apontava o infeliz, na condição de celerado que lhe havia aniquilado a família no mundo; aquele mostrava-lhe os punhos cerrados, prometendo-lhe vingança pelos males de que fora vitima; outro pedia para ele a pior sentença; e outras entidades, incluindo mulheres desventuradas, dirigiam-lhe frases cruéis.

 

         Então, o orientador indagou do réu se não lembrava, por si mesmo, algum bem que havia feito. Não teria, porventura, auxiliado em favor de alguma criança perdida ou amparado a essa ou aquela viúva sem ninguém? Nunca se aproximara de um mendigo doente, buscando reduzir-lhe as necessidades? Acaso, não haveria socorrido algum animal apedrejado ou protegido alguma fonte?

 

         O infortunado companheiro revelou ansiedade e amargura nos olhos, a engolirem as próprias lagrimas, e respondeu pela negativa, confessando ainda que impusera a morte a sua própria mãe, com certeira punhalada, de modo a furtar-lhe as últimas jóias escondidas num jirau.

 

         Foi aí que a massa de escarnecedores se desmandou em gritaria.

 

         O mentor recomendou mais ordem novamente e já se preparava a solicitar o parecer de orientadores domiciliados em planos mais altos, quando nobre mulher, de aparência simples, mas nimbada de luz, penetrou o salão e explicou-se em alta voz:

 

         - Senhor juiz, manda a verdade seja dito que este homem proporcionou imensa alegria a uma filha de Deus, assim que todos somos. Ele foi a esperança e o sonho, a felicidade e a força que lhe acalentaram a vida ...

 

         - Ainda assim ponderou o magistrado – terá ele de amargar longo período de provas, encarcerado num corpo disforme, entre as criaturas da Terra.

 

         Ela, porém, aclarou com humildade:

 

         - Compreendo que a justiça deve exercer-se, em auxilio a nos todos. Essa mulher, no entanto, o abençoará e acompanhará seja onde for ... Lutará por ele e chorara de dor e de alegria, até que a beleza com que Deus o criou lhe brilhe na face por bendita Luz ...

 

         O Juiz, admirado, voltou a perguntar-lhe:

- Senhora, quem sois vós que defendeis assim um celerado?

 

         A dama não declinou a própria condição, mas encaminhou-se para o réu, abraçou-o e beijou-lhe o rosto de que os demais se afastavam com asco ... Em seguida, ergueu a fonte e, contemplando a assembléia espantada, proclamou enternecida:

 

         - Declaro, perante Deus, que ele é meu filho

 

 

CAPÍTULO XI

EM CAMINHO

 

Meimei

 

         Amigo Leitor

 

         Na jornada para a Vida Maior, qual ocorre em todas as longas peregrinações os viajores – que somos nós todos – bastamos vezes, experimentam a sede de companhia e dialogo para o refazimento das próprias forças.

 

         Aqui, surgem problemas; ali, repontam barreiras de transposição difícil; além se destacam contratempos; mais adiante, aparecem motivos para indagações e lagrimas.

 

         Entretanto, a Infinita Bondade, que preside as ocorrências da vida, nunca a nos deixa a sós.

 

         Há sempre um coração compreensivo a estimular-nos nos impulsos para frente, suprimindo-nos as inquietações e refundindo-nos a coragem.

 

         Neste livro, leitor amigo, Meimei é a irmã devotada, concitando-nos à paz e ao bom animo, à perseverança no bem e à fidelidade aos nossos próprios deveres.

 

         Nas horas do cotidiano, sempre que possível retira pequeno trecho de tempo, a fim de lhe recolheres as palavras e conserva a certeza de que estarás recebendo, além do reconforto e da esperança que se te infiltrarão nas energias, as melhores informações de rumo certo, em nossa abençoada viagem para a união com Deus.

 

 

CAPÍTULO XII

ENSINAMENTO VIVO

 

Meimei

 

         Nunca te vingues.

 

         Guarda a paciência e desculpa sempre.

        

         Esta é uma pagina real no livro do cotidiano:

 

         Um amigo em provação sofrera golpes sobre golpes.

 

         O companheiro, que supusera lhe fosse mais dedicado, arrasara-lhe a alegria.

 

         Apropriara-se-lhe, indevidamente, da chácara que o pai lhe havia confiado, ao despedir-se da existência: apartara-o da esposa com atitudes fraudulentas e, por fim, tomara-lhe o filho quase criança e, após habituá-lo a cocaína, dele fizera perigoso salteador.

 

         Por isso mesmo, jurou aniquilá-lo.

 

         Cientificara-se de que o conturbado irmão compareceria a determinada festividade, em data a distancia de um mês, depois de completar o seu plano infeliz. Adquiriu a arma de que se serviria e ensaiou o gesto trágico.

 

         Na semana que se lhe seguiu ao projeto, no entanto, foi conduzido por irmãos devotados a certo lar que se entrega ao Culto do Evangelho de Cristo.

 

         A lição em pauta era o perdão aos inimigos.

        

         O inesperado visitante escutou as preleções da hora e comoveu-se ao refletir nos ensinamentos de Jesus.

 

         Iluminado por súbita renovação, decidiu esquecer as ofensas recebidas.

 

         No dia imediato, reconhecia-se outro, à procura da felicidade própria, na certeza de que Deus o abençoaria.

 

         Passaram as horas sobre as horas, quando eis que a vida lhe traz uma surpresa estranha: no mesmo sitio, onde praticaria o delito, na data pré-fixada, ao termino das manifestações de regozijo de quantos partilhavam a festa mencionada, aquele que se lhe fizera desapiedado agressor caiu nos braços da morte, sob violento colapso cardíaco.

 

         Ensinamento do fato: jamais nos vinguemos.

 

         Todos nós, aqui, ali e mais além, estamos todos sob o controle das leis de Deus.

 

 

CAPÍTULO XIII

ESPERANÇAS ALHEIAS

 

Meimei

 

         Quase sempre, concentramos alma e vida em nossas esperanças e, muito dificilmente, Encontramo-nos a pensar nas esperanças alheias.

 

         Exercita retirar-te das preocupações próprias, a fim de refletir nos anseios dos outros.

 

         Talvez ainda não te conscientizastes de que onde estiveres e como estiveres podes iniciar o serviço mais propriamente endereçado a função dos anjos.

 

         Não sei se já fixaste mais amplamente o homem triste que por vezes te cruza o caminho, perto de casa. Estranhas aquele semblante fechado de que debalde aguardas um leve sorriso, procura imaginar-lhe as esperanças. É um companheiro que tem a esposa paralitica e quatro crianças necessitadas de apoio. Certamente, não dispões de meios para satisfazer-lhe todas as exigências. Entretanto, dentre todas, possui ele um desejo dos mais simples. Quereria que o filhinho menor estivesse mais agasalhado no transcurso da noite.

 

         Muito pouco te custará ofertar-lhe um cobertor, de modo a que se lhe realize o desejo. Atende-lhe ao coração e trarás, de novo, aquele rosto amargurado, a alegria que lhe jaz encarcerada no peito pelas algemas do desanimo.

 

         Talvez ignores que aquela mulher de presença desagradável, por exprimir-se através de fraseado inconveniente, nos pede mais entranhada observação. Ela foi abandonada pelo companheiro que lhe deixou dois pequenos desprotegidos. Ainda sem trabalho que lhe assegure a sobrevivência, acha-se em vias de conturbar-se. Evidentemente, não conseguirás sossegar-lhe todas as inquietações. No entanto, a maior de todas está no propósito de matricular o filho que conta sete janeiros de idade numa escola publica e podes claramente auxiliá-la nesse sentido. Faça isso e anotar-lhe-ás a gratidão que se lhe exteriorizará do próprio ser, em forma de simpatia.

 

         E temos os outros casos muitos: aquele do doente que ficaria reconfortado com dez minutos de tua palavra estimulante; do menino que descobriria a felicidade numa fatia de bolo; do vizinho irritadiço que se modificara para melhor com o teu sorriso de fraternidade e o daquele amigo trancado no desgosto domestico a reclamar-te algumas frases de paz e otimismo que lhe tragam os sentimentos da sombra para a luz.

 

         Aprende a sair de tuas preocupações para entender as esperanças alheias e mitigá-las, quando puderes.

 

         Então estarás servindo na missão dos anjos, encontrando a própria felicidade, porquanto, ao lado de cada criatura a quem te decidas a entregar migalhas de socorro, serás uma luminosa parcela da presença de Deus.

 

 

CAPÍTULO XIV

FELIZ CORAÇÃO

 

Meimei

 

         Alma fraterna, escuta:

         Se podes atender,

         Mesmo imperfeitamente.

         À tarefa que a vida te confia,

Rende graças a Deus! ...

Se alguma alfinetada te aguilhoa,

Se alguma prova sobrevém,

Auxilia, perdoa

E prossegue no rumo

Que o caminho te aponte para o bem ...

Lembra: quantos irmãos, ainda hoje,

Clamam desesperados,

Sob a luta sombria

Dos que se entregam à revolta,

Enceguecidos pela rebeldia! ...

Quantos jazem no leito,

Situando na morte a ultima esperança ...

Quantos caem, aos gritos do remorso,

Na delinqüência que os arrasa ...

Quantos choram, em vão,

As horas que perderam! ...

Recorda tanta gente,

Em pranto, junto a nós,

E nem pela fração de um só momento,

Não te queixes de magoa ou sofrimento ...

Ergue-te de ti mesmo

E busquemos agir

Para estender o bem ao nosso alcance.

Se podes trabalhar

Não fales de amargor,

Desengano, tristeza ou cicatriz,

Porque, servindo aos outros por amor,

Já tens, por Dom de Deus, coração feliz.

 

 

 

CAPÍTULO XV

JORNADA ACIMA

 

Meimei

 

         Não consideres secas e amargas as trilhas da romagem com Jesus, quando a viagem da fé, por alongar-se no tempo, alcança as regiões dos testemunhos incessantes do amor, sem alegrias imediatas.

 

         É certo que te sentes, por vezes, na condição da criatura lesada nos mais íntimos sentimentos, qual sucedeu com ele próprio.

 

Quantos amigos ficaram para trás, imobilizados nos encantamentos da Galiléia!

 

Entretanto, se acompanhas o Divino Amigo, vencendo barreiras e suportando desafios, já conheces, talvez, quando doem a injustiça e a compreensão, nos conflitos e problemas, que te impõem duras veredas de suor e de lagrimas.

 

De quando a quando, interrompes os próprios passos, a fim de refletir nos sonhos desfeitos que as circunstancias te compeliram a deixar na retaguarda.

 

A jornada parece agora pesada marcha sobre espinhos e pedras, que e preciso transpor, junto dele, o Eterno Amigo que te aceitou a companhia.

 

Inegavelmente, difícil é a estrada para a conquista do amor sem retribuição ... As intimidações da Terra afiguram-se cutiladas no coração e as dificuldades do caminho parecem nuvens petrificadas que se transformam em aguaceiros de pranto.

 

Ainda assim, segue com Jesus e abençoa os percalços da senda de elevação.

 

Silencia agravos recebidos; esquece mágoas ou possíveis ofensas; auxilia para o bem a quantos te abordem a experiência; lança as sementes do amor e da harmonia, além da órbita de tua própria influenciação e aceita a cruz que a vida te ofereça, porque, além do sacrifício supremo, se segues com Ele, o Companheiro da Humanidade encontrar-lhe-ás a moradia da benção, onde o trabalho se te fará perfeita alegria, entretecida de paz e vida, ascensão e esplendor.

 

 

 

CAPÍTULO XVI

MÃOS PEQUENINAS

 

Meimei

 

         Quando afagues teu filhinho no aconchego domestico, não te esqueças das mãozinhas anônimas, esquecidas no desamparo ...

 

         Flores rodopiando na ventania, assemelham-se a estrelas perdidas na tempestade.

 

         É todo um mar de sofrimento e angustia que te rodeia ...

 

         Apura a visão para que o aflitivo painel te não passe despercebido.

 

         Mãos pequeninas de varias cores a se debaterem nas sombras ...

 

         Chegaram à Terra como doces promessas de alegria e lutam por sobreviver à procura do bem.

 

         Pelo amor à criancinha que te inspira a beleza do lar, acende o lume da bondade e não recuses socorro aos braços minúsculos que te acenam da onda revolta, suplicando piedade e carinho.

 

         Auxilia esses lírios humanos a se desvencilharem do lodo das trevas para que se desenvolvam ao hálito da luz.

 

         Dizes que a vida pede amor e esperas um mundo melhor ...

 

         Não negues, assim, a tua migalha de ternura aos anjos que choram no temporal.

 

         Recolhe as mãozinhas enregeladas no frio do desencanto e, ao calor de tua abnegação, ajuda-as a renascer para a existência, afim de que possam esculturar o teu sonho de perfeição e grandeza, no esplendor do amanhã ...

 

         Descerra as portas do coração aos filhinhos do berço torturado e protege-os confiante.

 

         Recorda que, um dia, duas mãos pequeninas, relegadas ao abandono numa estrebaria singela, eram as mãos de Jesus, o Rei Divino, que, ainda hoje, são o nosso refugio de paz e a esperança do mundo inteiro ...

 

 

 

CAPÍTULO XVII

PAZ E LUZ

 

Meimei

 

         Dias difíceis, atravessamos na Terra” ... – Ouves dizer.

 

         E revisas o que sabes.

 

         O noticiário relaciona o antagonismo crescente entre os povos.

 

         Desentendimentos dominam as classes sociais, reclamando tato e compreensão das lideranças, a fim de que não se façam conflitos destruidores. Dramas passionais, nas versões da imprensa, traumatizam milhares de pessoas.

 

         As desvinculações familiares, em regime de precipitação, os assaltos, as reclamações em massa, os distúrbios de opinião, os acidentes que constituem a preocupação da vida comunitária, em quase todos os lugares do mundo, as calamidades que emergem da natureza ...

 

         Todos esses elementos sombrios, somados aos problemas individuais, criam a dilapidação psicológica com que milhões de criaturas comparecem no trabalho ou nas vias publicas, estabelecendo o clima de tensão que deforma a personalidade e lhe consome grande contingente de forças.

 

         É nesse quadro de trabalho que as Leis do Senhor nos engajaram para servir no mundo de hoje.

 

         Muitas pessoas, inconscientemente, se mostram prevenidas para a revolta por bagatelas, prontas a transfigurar cólera ou azedume em formas estranhas de agressão.

 

         Escora-te na paciência e caminha.

 

         Haja o que houver, faze o melhor que puderes, abençoa e passa.

 

         Cala-te e auxilia.

 

         Onde estiveres, espalha a beneficência das boas palavras e oferece a bênção do teu sorriso de paz e fraternidade.

 

         Todos os acontecimentos de ordem negativa são sub-produtos das trevas do espírito.

 

         No torvelinho das sombras, o Céu não nos pede para que sejamos estrelas. Basta a cada um de nós o compromisso de acender, em nome de Deus, um raio de luz.

 

 

 

 

 

CAPÍTULO XVIII

POR ONDE FORES

Meimei

 

         Procura ver, além das formas, e ouvir acima das palavras, a fim de que aprendas a auxiliar.

 

         Sob o espinheiro da irritação de um amigo, estará provavelmente um problema doloroso que desconheces.

 

         Na base da resposta contundente de interlocutor determinado, a quem pediste cooperação e bondade, se esconde profundo pesar, prestes a se exprimir em aguaceiro de lágrimas.

 

         No fundo da agressividade imprevista de um companheiro, do qual esperavas a frase consoladora que te arredasse das próprias inquietações permanece talvez um sofrimento maior que o teu.

 

         E nas vozes que te pareçam inconvenientes, por demasiado extrovertidas e inoportunas, possivelmente se ocultam telas de angústia que, se expostas de improviso, te gelariam o coração.

 

         Atende as tarefas que a vida te reservou e, sobretudo, empenha-te a entender, a fim de não reprovar.

 

         No plano Terrestre, os chamados felizes suportam responsabilidades que se lhes afiguram algemas de cativeiro e muitos daqueles apontados por detentores de privilégios são criaturas chamadas à sustentação das atividades de outras muitas, trabalhando numa cela dourada por fora, mas encharcada por dentro pelo pranto da solidão.

 

         Segue na estrada dos deveres que te foram assinalados, abençoando e amando sempre.

 

         No mundo, somos todos viajores ante as rotas do tempo, em busca de aperfeiçoamento espiritual.

 

         As tribulações que hoje marcam a senda dos outros, amanhã talvez sejam também nossas.

 

         Reflete na Bondade Infinita de Deus e caminha.

 

         Por onde fores, carrega contigo a bênção do entendimento e a luz da compaixão.

 

CAPÍTULO XIX

PRECE DO ENTENDIMENTO

 

Meimei

 

         Agradeço as bênçãos que me deste, sem que eu soubesse compreendê-las.

 

         Supliquei-te defesa e determinaste que forças contrarias ao meu reconforto me atingissem o espírito e o ambiente em que me encontro, obrigando-me a longo esforço para criar refugio e apoio para quantos me confiaste ao amor e, apenas depois de observá-los felizes, é que reconheci comigo a alegria de todos eles em forma de segurança.

 

         Obrigado, Senhor, porque não me doaste aquilo de que eu precisava, segundo as minhas requisições e SM de acordo com as minhas necessidades.

 

         E agradeço, ainda, porque me mostraste, sem palavras, a significação do ensino que transmitiste ao teu apostolo da humildade:

 

         - “É dando que se recebe”.

 

 

CAPÍTULO XX

SEGUE ABENÇOANDO

 

Meimei

 

         Cada qual de nós trilha um caminho diferente para a união com Deus.

 

         Agradece a estrada que o mundo te aponta e segue abençoando.

 

         Abençoa o grupo de corações em que nasceste.

 

         Dentro dele é que as forças da Criação te construíram os alicerces da existência.

 

         Abençoa o corpo que te serve na condição de carro para a viagem.

 

         Nele possuis a moradia temporária, na qual se te faz possível agir na conquista da evolução.

 

         Abençoa o trabalho que te foi reservado.

 

         Nas tarefas que executas é que assimilas os melhores valores da experiência.

 

         Abençoa as tuas alegrias.

 

         São elas as fontes de estímulo que te garante o animo e a coragem, a fim de que não esmoreças na marcha.

 

         Abençoa as provações que te visitem.

 

         Nas dificuldades, é que te realizas no aprimoramento íntimo.

 

         Abençoa os problemas que te apareçam.

 

         Por intermédio dos desafios e obstáculos da senda é que te aperfeiçoas no raciocínio.

 

         Abençoa os amigos.

 

         São alavancas que te oferecem equilíbrio e segurança.

        

         Abençoa os adversários.

 

         Desempenham eles as funções de fiscais, a te mostrarem os perigos e riscos da jornada.

 

         Abençoa os parentes difíceis.

 

         São oportunidades para que se aprenda paciência e humildade, compreensão e tolerância.

Abençoa os que se te fazem instrumentos de tentação.

 

Enquanto no Plano Físico, temos neles os recursos que nos revelam as fragilidades e imperfeições que, porventura, ainda nos marquem, compelindo-nos a exercer bondade e perdão para com os outros.

 

Agradece o caminho que o mundo te oferece ao aperfeiçoamento e recorda que Deus te abençoa sempre.

 

Segue, pois, abençoando também.

 

 

 

CAPÍTULO XXI

TOQUE DE LUZ

 

Meimei

 

         Talvez não saibas que, em plena luz do dia, inúmeros irmãos nossos se movimentam de alma em sombra.

 

         Observa.

 

         Dialogarás com eles e perceberás que, psicologicamente, se mostram longe.

 

         No entanto, às vezes, não são simplesmente monossilábicos, mas também duramente agressivos.

 

         Renteando com eles, recorda que, em muitas ocasiões, na Terra, nos sentimos divididos entre o apreço que devemos aos outros e o sofrimento que carregamos em nós.

 

         A noite na alma decorre de causas diversas.

 

         Em alguns companheiros, procede do pessimismo com que rejeitam as provações que se lhe fazem precisas; em outros, nasce dos conflitos que sustentam consigo próprios.

 

         Terás pessoas amigas que te ouvem, atendendo à cortesia, mas trazendo os sentimentos em tribulações inconfessáveis; e surpreenderás, ainda outras, que te respondem a essa ou aquela proposta, sem a mínima percepção dos temas aos quais te vinculas, em vista de se acharem completamente voltadas ao desespero.

 

 

         As vezes, semelhantes companheiros, quebrados de dor, a dentro deles próprios, permanecem junto de ti.

 

         Localizar-se-ão, provavelmente, entre aqueles que mais amas.

 

         Quando te vejas a frente de criaturas assim desoladas, a se esforçarem para que não lhes anotes os processos de angustia, não lhes revolvas o fel com perguntas e apontamentos desnecessários.

 

         Ouve-lhes as confidencias sofridas e silencia quando não lhes possas doar alguma frase de esperança e consolo.

 

         E seja qual for o quadro de provações em que se debatam, oferece-lhe um gesto de amizade e compreensão, acrescido pela bênção de um sorriso, porque para dissipar as sombras de um coração atormentado, muitas vezes, basta isso, porque um sorriso de simpatia é sempre um toque de luz.

 

 

 

 

 

 

FIM